A Yamaha acertou neste modelo no sentido de “popularizar” a
XT 660 Z Ténéré. Por que “popularizou”? Ela está mais baixa, um pouco mais
comprida e muito mais segura para o uso urbano e estradeiro em comparação com
sua antecessora, os modelos 2013 e 2014. Portanto, amigos leitores, nossa
comparação é com ela mesma, e não com outras marcas semelhantes.
Sim, a XT 660 Z está para muitos, tanto para os mais baixos
como para os mais altos
Com relação a sua antecessora, a Ténéré 660 está mais baixa, 1477
contra 1450 mm na altura. Facilidade na pilotagem
que não pretendem pilotar em terra.
Nos testes anteriores "TÉNÉRÉ. DIFERENÇA ENTRE PILOTAR E
DIRIGIR" , "20 MIL KM COM A XT 660Z TÉNÉRÉ" e "TÉNÉRÉ E SEUS 30 MIL KM DE RODAGEM", postadas neste Blog, faço algumas observações sobre a
“brutalidade” nas re-acelerações e nas frenagens em entradas de curvas,
isto é, o piloto está sempre aprendendo a pilotar com esta máquina, pois a
sensibilidade e destreza devem estar sempre na lembrança ao pilotar esta moto.
O torque continua o mesmo, poderoso e trazendo a mesma segurança nas
ultrapassagens.
contra 1450 mm na altura. Facilidade na pilotagem
MANOBRABILIDADE, AGILIDADE e PODER EM CURVAS:
Embora o termo Manobrabilidade e Agilidade pareça a mesma coisa, manobrabilidade é o desempenho em condução em baixa velocidade, como estacionamento, entrada e saída de
A altura do banco mais baixa ajudou, em muito,
nas manobras de estacionamento, em baixas velocidades
garagem. Claro, melhorou muito em função de
sua altura do assento mais baixo ( 896 mm de sua antecessora contra 865 mm da
atual com ABS).
A Agilidade é a manobra em saídas rápidas de obstáculos,
trazendo mais segurança em velocidades maiores. Entretanto, senti uma pequena
dificuldade neste tipo de condução, talvez porque um pequeno aumento do
entre-eixos (5 mm maior) a deixou um pouquinho mais lenta nestas manobras. Em compensação, em retas a deixou mais estável. Graças aos novos
pneus Pirelli Scorpion Trail ( sua antecessora é o Metzeler Tourance), o poder
de inclinações mais acentuadas se deu com maior segurança, mesmo em curvas mais
fechadas. Estamos, falando, é lógico, em solo asfaltado, lugar que este calçado
gosta bastante, embora sua ficha técnica seja um pneu misto. Mas no teste em
terra verificou-se que ele é muito mais ON do que OFF. Este pneu se dá muito
bem em motos com tração eletrônica,
Limite em inclinações mais segura, grip excelente,
estabilidade em entrada e saída de curvas,
graças aos novos calçados e suspensões mais duras
mesmo em pilotagem em terra. A 660 Z não
possui este tipo de eletrônica, por isso ainda prefiro o Metzeler Tourance, com
cravos mais espaçosos para o uso OFF.
nas manobras de estacionamento, em baixas velocidades
estabilidade em entrada e saída de curvas,
graças aos novos calçados e suspensões mais duras
CONFORTO:
Humm! Meus amigos “tenereiros” irão brigar comigo. Sim,
claro que uma moto tipicamente trail não se preocuparia muito em conforto. Mas
ela melhorou em dois aspectos:1- menos vibração graças aos pneus com menos espaços nos
sulcos;2- banco anti derrapante (além de muito bonito), para que o
garupa não atropele o piloto nas frenagens emergenciais.No entanto, senti falta do dispositivo de regulagem na
tensão de mola frontal. Pilotando em situações urbanas ( “trails urbanos”) a
dureza da suspensão dianteira incomodou um pouco. Na traseira, a suspensão
estava no ajuste mais macio (de sete ajustes, estava no segundo ponto da tensão
da mola). Mesmo assim, nos buracos, minha garupa e eu sofremos um pouquinho. Em
compensação a estabilidade em retas e em curvas ficou ótima. Sem dúvida, a
segurança na pilotagem desta Ténéré melhorou bastante. E ainda nem falamos dos
freios.
Sensor do ABS. Evita o travamento das rodas, evitando as derrapagens. Segurança no ON ROAD |
SISTEMA ABS DE FRENAGEM:
Antes de falarmos neste sistema, precisamos retomar a definição de frenagem:1- freios não param a moto, mas sim param as rodas da moto. Por isso que, em uma frenagem bruta as rodas podem travar e provocar a derrapagem da moto, tanto traseira como dianteira;2- para frenar é preciso de força. Mas que força? Se a força for repentina poderá provocar o travamento das rodas. Então a força deve ser p r o g r e s s i v a para não permitir o travamento e, consequentemente, a derrapagem e a possibilidade de queda.Não é SOMENTE os tipos de freios ( a disco, a tambor, a cabo etc), com seus dispositivos, com cáliper com um, dois, três ou mais cilindros, com pastilhas excelentes, etc, etc, etc. Mas um conjunto de sistemas podem fazer de uma moto ser boa de frenagem, ou não. Suspensão macia ou dura, ângulo de rake (cáster) e trail, borracha do pneu e atrito do solo fazem parte disso. Neste ponto, a XT 660 Z Ténéré está muito boa. Senti, neste teste, que o conjunto está muito bom.O sistema ABS veio ( e não vai mais embora), para não permitir derrapagens tanto traseira como dianteira. DERRAPAR nas frenagens as vezes é necessário, principalmente em manobras OFF ROAD. Mas derrapar em situações urbanas ou estradeiras pode trazer sérios acidentes, pois há aos lados, a frente e atrás do piloto uma dinâmica de trânsito que deve, sim, ministrar uma frenagem estável. De fato, o ABS dá esta estabilidade no uso dos freios de uma forma emergencial. Mas não se esqueçam: O QUE PARA A MOTO É ATRITO e NÃO É FREIO, pois freios param somente as rodas. O vídeo abaixo mostra a eficiência desse sistema na Ténéré 660 Z, ou seja, a eficiência de não derrapar. Vejam este vídeo como uma forma didática a ser analisado a eficiência de ambos os freios.
Então, imaginem utilizando os freios dianteiro e traseiro em conjunto, dando maior força no dianteiro, pois como vimos, o que para uma moto é atrito, e o atrito maior está, e estará, sempre na roda dianteira, independente de usar a força no traseiro ou no dianteiro. Toda a massa é transferida, deslocada para frente. Leiam, por favor, o os artigos
http://www.amaralinstrutor.com.br/pilotagem-segura/moto-sem-abs-como-entao-devemos-frear-com-seguranca/
http://www.amaralinstrutor.com.br/pilotagem-segura/tecnicas-de-utilizacao-defensiva-do-freio-dianteiro/
Muito bom! Como o Título dessa matéria diz: “…Mais Domável,
Mais Segura e MENOS OFF”.
Pirelli Scorpion Trail, melhor performance no asfalto |
PILOTAGEM FORA DO ASFALTO (OFF ROAD):
Um participante de uma de minhas palestras disse uma frase
que comecei a refletir: “…quanto mas big, menos trail…”A XT 660 Z Ténéré é considerada a Big Trail mais OFF da
categoria. Por favor, comparem nas Big Trails atuais, pois uma verdadeira Trail
é aquela que tem cursos de suspensões elevadas, rodas (dianteira) de 21
polegadas, pneus on-off road, altura do solo alta, esguia….De fato, a atual 660 Z 2015, com ABS deixou de ter muitas de
tais características:1- curso de suspensão mais baixa dianteira e traseira, de
210\95 mm para 160\76 mm;2- pneus, antes o on-off road Metzeler Tourance e agora o
on-on off road Pirelli Scorpion Trail3- ABS não desliga e4- altura do solo mais baixa.
Da esquerda para direita: Metzeler Tourance e Scorpion Trail Pirelli.
Sulcos menos espaçados no Scorpion: melhor no on e pior no off
Sulcos menos espaçados no Scorpion: melhor no on e pior no off
Mas isso não tirou o encanto na pilotagem fora de asfalto,
pois em terra batida ela vai muito bem, suas suspensões são eficientes nos
buracos e imperfeições do solo, pois não batem no fim do curso, agilidade e
manobrabilidade boas no ON e também no OFF.
Ah! ABS não desliga? De fato, isso é ruim. Mas quem disse
que Big Trail deve entrar em curvas na derrapagem? Quem disse que precisa pular alto em morros? E
quem disse que ABS não ajuda a parar a moto em terra? Afinal, o que para a moto
é atrito e não freio. Então, o piloto deve usar a sensibilidade no uso do
manete e do pedal de freio para que o ABS não ative. Claro, a pilotagem será
muito mais difícil, principalmente em descidas, mas existe o freio motor para
ajudar. Mesmo assim a diversão será garantida. Eu disse diversão e não
competição, pois “…quanto mais Big, menos
Feita para terra, mas a opção do ABS visa o asfalto
Trail”.
CONCLUSÃO:
Sem dúvida, a Yamaha está trazendo a XT 660 Z com ABS para um público maior. Muitos não compraram os modelos 2013 e 2014 por vários motivos, e um desses era o preço com relação as outras marcas que ofereciam muito mais por menos, altura do solo para poucos e falta de opções tecnológicas como o ABS, tendência até mesmo em motos de baixa cilindrada.
Para os amantes da marca TÉNÉRÉ, esse nome continuará
percorrendo os solos ruins e bons desse mundão, com ou sem tecnologia, pois o
que vale é a pilotagem, a destreza e o equilíbrio entre a emoção e a razão.
OBSERVAÇÕES FINAIS:
Este teste visa as impressões de pilotagem em relação a
performance da segurança, para melhor adaptação do piloto à máquina. Não visa
detalhar consumo, motor, ficha técnica, etc, pois
TÉNÉRÉ, nunca deixará de percorrer estradas ruins ou boas,
com ou sem tecnologia. Ela vai longe…
acredito que muitos
repórteres especializados, com seus canais de comunicação podem nos ajudar
nesse tema.
com ou sem tecnologia. Ela vai longe…
A Yamaha continua com
a produção da XT 660 Z Ténéré, sem ABS e com as características das
antecessoras, com preços mais baixos. Procure uma concessionária Yamaha.
Agradecimentos:
- Caio Neumann, da IDEAL REPUTATION AGENCY
- Yamaha Motor do Brasil
- HLX veste Carlos Amaral no modo ON ROAD
- Equipe Carlos Amaral & Zuliani Motorcycle Training
Fotos e filme: Geórgia Zuliani
Avaliador de Performance: Carlos Amaral
Texto: Carlos Amaral
Agradecimentos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fiquem a vontade. Deixem suas críticas,sugestões e experiências.